terça-feira, 2 de abril de 2013

ELES QUEREM ENFRAQUECER A ARENA - Parte I

Ultimamente, muito tem sido visto nos principais jornais do estado, o impasse entre o Grêmio e a OAS sobre a Arena. Tem-se falado sobre um valor estimado em 41 milhões de reais, que o Grêmio teria que pagar a OAS por ano, devido aos lugares dos sócios na Arena. Por causa desse valor, a imprensa decreta, em suas matérias, uma iminente falência do clube.
Ora, não é estranho que tenhamos trocado um estádio velho, justamente por nos trazer prejuízos, para agora falirmos com um novo?

Explico. Na migração dos sócios, onde cada um escolhe seu lugar na Arena, o Grêmio tem o dever de pagar para superficiária o valor dos ingressos. O clube constatou que para diminuir esse valor e não pagar o preço de bilheteria, o Grêmio deveria comprar todo o quarto anel por 1 ano, já que o estudo de viabilidade realizado pelo Clube concluiu que a maioria dos sócios migraria para lá. Os 28 mil migrantes resultam nesses 41 milhões de reais, somados à média de todos os jogos que vão ocorrer na Arena este ano. Frise-se que esse contrato poderia ser desfeito a cada 2 meses, sem ônus às partes; logo, se o Grêmio não conseguir cumprir a obrigação, o acordo poderia ser desfeito e o clube pensaria em outra forma de garantir o lugar do sócio.


O Grêmio não tem que pagar valor anual a OAS. Existe a Arena Porto-Alegrense (APA), empresa gestora da Arena, que é formada pelo Grêmio e a OAS. Esta é a superficiária e é pra ela que deve ser pago o valor dos ingressos, dos quais 65% da lucratividade retorna ao Grêmio. A dificuldade em cumprir com o contrato reside no fato de que a lucratividade é dividida em cada final de semestre, mas o Grêmio comprou esses lugares em 12 parcelas.


Não bastasse isso, o Grêmio luta para conseguir o Habite-se junto à prefeitura (documento que comprova que um empreendimento ou imóvel foi construído de acordo com as exigências). Enquanto isso, as áreas comerciais não podem ser implementadas, além da efetivação das obras no CT e do pagamento do financiamento. Assim sendo, a receita não vai ser a esperada, uma vez que a rentabilidade da Arena vai ser menor nos primeiros anos. Isso poderia inviabilizar o clube: a falta de capital de giro até a divisão dos lucros a cada semestre.

Entretanto, após os primeiros anos, estima-se que o Grêmio receba em torno de 5 milhões de reais por mês só com os lucros da Arena. Outro detalhe importante é que ao final do segundo semestre, a APA paga ao Grêmio 8 milhões por ano nos primeiros 7 anos, e 17 milhões nos últimos 13. Portanto, o Grêmio teria muito a lucrar, apesar de correr o risco de ter uma economia encurtada nos primeiros anos. É algo que vai ser bem analisado agora, para, num futuro próximo, termos a certeza de que a Arena foi realmente um divisor de eras.

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