Dentre as inúmeras vantagens que essas parcerias podem proporcionar, a principal delas, ao meu ver, é conhecimento privilegiado que o Grêmio pode ter junto ao Borussia sobre a forma como eles saíram da crise em 2003. Pra quem não sabe, à beira da falência e com credores às portas, o Borussia tinha uma dívida que beirava os 200 milhões de euros, mas com profissionalismo, gestores competentes e um pensamento econômico de acordo com a evolução do capitalismo mundial, o Borussia, hoje, detém uma das maiores receitas entre os clubes da Alemanha.
O Borussia passou a intensificar seus esforços na
matéria-prima do futebol: a criação de novos craques. Percebendo que só essa
seria sua fonte de dinheiro, o BVB juntou seus esforços na base, e em 10 anos
chegou à final da UCL.
Ao meu ver, o interesse da direção em abrir novos mercados
investindo em parcerias foi de suma importância e vai ser um grande passo da
direção do Grêmio se isso se concretizar. A base do Grêmio foi deixada de lado
nos últimos anos e é justamente o que fortalece o clube. Esse é um erro
gigantesco e eu espero que sua correção esteja como meta da atual direção. A
formação de jogadores é a matéria-prima a ser extraída pelo clube, é o primeiro
passo pra tornar o clube forte (também financeiramente) e campeão. Penso até
que a nossa falta de identidade venha daí: escassez de jogadores que se
desenvolveram de acordo com as características do Grêmio. Investir na base foi
um dos primeiros atos de Fernando Carvalho no Inter, os inúmeros títulos não
vieram do acaso.