sábado, 20 de abril de 2013

O ELEFANTE BRANCO (e vermelho)


Desde a inauguração da Arena em dezembro do ano passado, os principais jornais do estado não deixam de publicar insistentemente os diversos impasses acerca do contrato firmado entre Grêmio e OAS, ou possíveis instabilidades entre o Grêmio e a APA, sempre colocando em dúvida a sobrevivência do clube no decorrer desses anos de contrato.

Pois bem, o Grêmio tem assegurado em contrato - vale ressaltar: foi desde o início explanado aos torcedores - a renda dos namig rights, sector rights repassados dentro dos 65% de toda a lucratividade da APA, seja em ingressos, shows e etc, além de 7 milhões ao final de cada ano, por 7 anos, após o que o valor repassado ao Grêmio aumenta. Ainda, vamos ter um CT novo, além da Arena não ser a garantia do negócio, ressaltando ainda que nosso estádio é novo, com custo estimado em 600 milhões.

Lendo uma reportagem do Correio do Povo, me chamou a atenção a entrevista com o senhor Max Carlomagno, presidente da comissão de obras do BRIO:

"(...).Por fim, a cessão dos ativos que remunerarão a Brio (renda de camarotes, cadeiras VIPs, catering, estacionamento, shows, publicidade, naming rights), que em sua maioria absoluta eram inexistentes, vão gerar uma perda de receita de menos de 4% de seu orçamento anual. Pensamos que não passe de R$ 7 milhões por ano." grifei.
  

"BRIO" é a superficiária do estádio vermelho, como a APA é da Arena. Esse senhor nos explica que o Internacional vai ceder à BRIO toda a renda dos camarotes, cadeiras VIP, estacionamento, shows, publicidade, carering e ainda os naming rights. Pra vocês terem uma noção, estas são as principais fontes de renda que um estádio novo proporciona e são exatamente essas que o Inter vai ceder à superficiária. O dirigente ainda destaca: "que em sua maioria absoluta eram inexistentes". É óbvio que eram inexistentes. O antigo estádio não dispunha de cadeiras VIP, estacionamento, a publicidade que só se faz presente em um estádio moderno e sequer tinha à venda o nome do estádio! Essas são as vantagens de um clube modernizar a sua casa: poder explorá-la!  
Contudo, ainda é pouco. A cessão desses ativos, vão gerar no mínimo 4% de PERDA do orçamento ATUAL.  Isso significa que vai regredir. Isso mesmo. As receitas do clube alvi-rubro vão cair. Mas calma, só vão cair em torno de uns 7 milhões por ano. É uma estimativa, não se sabe ao certo o valor.


O dirigente ainda ressalta:

 "O Inter, por meio do modelo de negócio de parceria estratégica, pode permanecer focado naquilo que mais sabe fazer: montar times de futebol profissional; identificar, captar e desenvolver novos talentos; fazer a gestão da sua marca; desenvolver relacionamento com seus sócios e torcedores. Também preserva suas receitas fundamentais (sócios e bilheteria, TV, marketing, venda de jogadores) e potencializasse sua receita de estádio. (...)"

UFA! Eles ainda podem montar times de futebol profissional! Por um instante pensei que não tínhamos mais rival. Ah, eles podem também vender jogadores, muito bem colocado pelo dirigente. Na entrevista, ele também diz que a parceria durará 20 anos, ou seja, este é o período que o Inter terá que sobreviver com a renda de 80% das cadeiras, sem participação no lucro de shows, nem em estacionamentos, nem em naming rights, nem em exploração de setores mais nobres do estádio, tampouco na sua publicidade.

Não obstante a exploração  que sofrerá o Inter pelas próximas duas décadas, ainda há a especulação de que o Beira-Rio seja a garantia do negócio. Se isso for real, o Beira-Rio corre o risco de ser penhorado, caso a BRIO não cumpra com suas obrigações. Além disso, o custo de manutenção em função do incremento de elementos que qualificam o equipamento, aumenta consideravelmente, tendo em vista que o Beira-Rio passou por reformas recentemente, ou seja, não tinha necessidade física de remodelação.

Sendo assim, compreendi que o Grêmio, tendo um estádio novo, alçado em 600 milhões, vai contar com 65% da lucratividade mais um valor anual, além de deter os naming rights, um Centro de Treinamento novo, uma lucratividade aumentada consideravelmente em relação ao Olímpico e poderá explorar sozinho ou em porcentagem com a superficiária demais setores da Arena. o Inter terá um decréscimo nas receitas, além de ceder ativos à superficiária sem receber nenhum valor durante os 20 anos. Pergunto: 

Quanto the hell vai custar ao Inter um estádio reformado?


Incrivelmente, os dados apresentados através dessa entrevista não receberam um maior destaque na imprensa gaúcha. Vai ver, não é do interesse local. Ou apenas não é bom que se torne!


Fonte da entrevista: http://www.correiodopovo.com.br/Esportes/?Noticia=496595

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Um Grêmio de 2 cérebros

O Grêmio estava truncado, não conseguia ter tanta presença no ataque, nem apresentar perigo ao adversário, no entanto, passou a jogar melhor após a saída do Adriano. Não é demérito do Adriano, frise-se, pois ele sempre tem entrado bem e com muita garra. E sim, pela mudança na postura do time. Com a entrada de Alex, André Santos passou a jogar pelo meio campo, e com isso o meio começou a fluir.

André é um jogador técnico, com certa inteligência e isso fez com que o Zé tivesse alguém para pensar junto com ele. Não foi nem perto do ideal, mas o jogo passou a ser um pouco mais leve, tabelado (não faziam isso há vários jogos), e com jogadas mais trabalhadas. Isso reforça a tese de que nosso principal problema é a falta de Elano no meio campo, único que acompanhava as jogadas do Zé. Elano se posta de tal forma em campo, que mesmo jogando mal, consegue deixar um dos volantes mais próximos da zaga, e por isso também jogamos defensivamente melhor com ele.
Desta forma, já desbanca-se a tese do 3-5-2, uma vez que Zé seria o único meia, e o apoio dos alas não seria o suficiente na criação das jogadas, ainda mais porque com a zaga que temos, um só volante seria suicídio (essa parte do 3-5-2 é pra um amigo meu que acreditava nesse esquema hihih :D).

André, hoje, ajudou zé no quesito cerebral. Apoiou, tabelou com ele e os atacantes, apesar de não ter recebido destaque dos comentaristas.

Enfim, obviamente não foi nem próximo da técnica que o time deve - e pode - ter, mas isso deixa mais óbvio que o time é dependente dos nossos 2 meias. Infelizmente, vamos ter o mesmo problema no próximo jogo, haja vista a suspensão de zé.
Seria inteligente por parte do Luxa, se ele repetir essa tática com Fábio Aurélio e André Santos. São pequenos ajustes, afinal o principal provamos que temos: a raça.

terça-feira, 2 de abril de 2013

ELES QUEREM ENFRAQUECER A ARENA - Parte II

 (Para entender os números do contrato da Arena, bem como o texto abaixo, sugiro que leia: "Eles querem enfraquecer a Arena - Parte I")

O que realmente está prejudicando o clube é que o Grêmio não tem o Habite-se junto à Prefeitura, e assim não conta com o lucro das bilheterias, alimentação, naming rights (nome da Arena), pouring rights (a concessão de exclusividade para fornecimento de comidas e bebidas no estádio) e sector rights (espaços exclusivos para setores comerciais), algo que mudaria completamente o cenário da situação.

Esse documento ainda não foi gerado, porque são realizadas vistorias por parte da Prefeitura e Bombeiros e são encontradas supostas irregularidades como a falta de piso antiderrapante, altura de alguns degraus de acesso e a falta de corrimão em alguns setores. 

No entanto, no estádio Beira-Rio, foram permitidos jogos inclusive em meio às obras.




Se é tudo em prol da segurança do torcedor, há incoerência nos fatos supra citados. Mas nada nesse mundo é por acaso, caro leitor. Nem a incoerência. Há alguns dias acompanhamos as reportagens dos proféticos jornalistas que apostam na impotência do Grêmio diante dessa situação. Um deles chegou a dizer que o Clube teria vendido a alma ao capiroto. Outro, que o clube pagaria 2 bilhões de reais ao final dos 20 anos. Ou, que o Grêmio faliria em 3 anos. A imprensa a todo custo tenta afundar o Grêmio e a Arena perante o torcedor, e faz isso com tanto afinco, que parece querer mais do que vender a notícia de um time em crise, somente.

Talvez, seja mais do que isso mesmo. Mais claramente falando, é realmente muito estranha toda essa problemática em cima da Arena, essa demora na liberação dos documentos necessários, a imposição de cadeiras no setor da Geral, sendo que não há obrigatoriedade disso, enquanto no estádio vermelho, tudo é mais simples, fácil e ágil. Lá, por exemplo, os números contratuais até hoje não chegaram aos olhos do torcedor, e por que a imprensa não questiona isso?
Não lhe parece estranho que no exato momento em que o Grêmio luta para integrar os 4 presidentes envolvidos na construção da Arena, a RBS ouviu e deu espaço apenas ao ex-presidente Paulo Odone, com no mínimo 3 entrevistas em menos de dois dias?

Para comprovar isso, é só dar uma olhada no teor das reportagens feitas a partir das entrevistas do ex-presidente:

"Paulo Odone sugere que Fábio Koff 'assuma' o Grêmio"

"Odone indica 'periferias' em críticas à Arena e sugere que Koff gasta demais"

Para alguém que não ouviu as entrevistas, parece que o entrevistado usou dos meios de comunicação pra jogar pedras na atual administração. Mas não foi exatamente isso que aconteceu, as entrevistas trouxeram sim um certo alívio ao torcedor, que andava atordoado com as profecias sobre o "Fim do Grêmio" do jornalismo esportivo gaúcho.

Há sim um nexo causal, parece que as coisas se encaixam. Mas pra isso, a RBS teria que ter "interésses", não?

A razão de tudo residiria no fato de que, a grande empresa veiculadora de comunicação do estado, a RBS, por ser dona de uma empresa de eventos, almejaria a gestão da Arena e, por esta razão, o enfraquecimento da gestão atual a favoreceria. Fragilizando o Grêmio e a APA, consequentemente abalaria ainda mais a relação do Grêmio com a OAS, do torcedor com a Arena, aumentando os protestos da torcida tricolor e um possível apoio às mudanças que pretende.

Se parares para pensar, tu notarás que, na medida em que as notícias são veiculadas, maior o repúdio, a revolta e o desprezo do torcedor. Maiores são os protestos, menor é a satisfação do público em relação à Arena. Eles estão matando o orgulho que sentíamos de ver aquele gigante estádio sendo construído. E uma coisa foi bem falada pelo nosso ex-presidente: "a Arena só vai dar certo se for o orgulho dos gremistas". Nós, o povo, somos a força que move um país, que liberta... mas que também condena. E esta força está sendo direcionada para o lado que mais convém aos vendedores de notícias. Estamos sendo o meio utilizado para empobrecer um dos maiores feitos do clube até agora: o novo estádio. Estamos desacreditando, enfraquecendo, condenando.

Nesse sentido, torçamos juntos por essa oportuna união dos quatro presidentes. Precisamos confiar que Raul Régis, Paulo Odone, Duda Kroeff e Fábio Koff, juntos, vão encontrar a melhor alternativa para a Arena. É evidente que há melhorias a serem feitas, tais como o local dos sócios e a agilidade na venda dos ingressos. Mas decretar a falência de um clube como o Grêmio é, acima de tudo, um golpe baixo. É ser desleal com o torcedor. É induzi-lo ao erro de desacreditar, por um instante que seja, na grandiosidade do time que ele torce. Embora, sem saber, ele seja a resposta e a solução de todo esse impasse.

"Todo o poder emana do povo...", já avisa a nossa Lei Maior.



Agradecimento especial: Marcel Falkembach.

ELES QUEREM ENFRAQUECER A ARENA - Parte I

Ultimamente, muito tem sido visto nos principais jornais do estado, o impasse entre o Grêmio e a OAS sobre a Arena. Tem-se falado sobre um valor estimado em 41 milhões de reais, que o Grêmio teria que pagar a OAS por ano, devido aos lugares dos sócios na Arena. Por causa desse valor, a imprensa decreta, em suas matérias, uma iminente falência do clube.
Ora, não é estranho que tenhamos trocado um estádio velho, justamente por nos trazer prejuízos, para agora falirmos com um novo?

Explico. Na migração dos sócios, onde cada um escolhe seu lugar na Arena, o Grêmio tem o dever de pagar para superficiária o valor dos ingressos. O clube constatou que para diminuir esse valor e não pagar o preço de bilheteria, o Grêmio deveria comprar todo o quarto anel por 1 ano, já que o estudo de viabilidade realizado pelo Clube concluiu que a maioria dos sócios migraria para lá. Os 28 mil migrantes resultam nesses 41 milhões de reais, somados à média de todos os jogos que vão ocorrer na Arena este ano. Frise-se que esse contrato poderia ser desfeito a cada 2 meses, sem ônus às partes; logo, se o Grêmio não conseguir cumprir a obrigação, o acordo poderia ser desfeito e o clube pensaria em outra forma de garantir o lugar do sócio.


O Grêmio não tem que pagar valor anual a OAS. Existe a Arena Porto-Alegrense (APA), empresa gestora da Arena, que é formada pelo Grêmio e a OAS. Esta é a superficiária e é pra ela que deve ser pago o valor dos ingressos, dos quais 65% da lucratividade retorna ao Grêmio. A dificuldade em cumprir com o contrato reside no fato de que a lucratividade é dividida em cada final de semestre, mas o Grêmio comprou esses lugares em 12 parcelas.


Não bastasse isso, o Grêmio luta para conseguir o Habite-se junto à prefeitura (documento que comprova que um empreendimento ou imóvel foi construído de acordo com as exigências). Enquanto isso, as áreas comerciais não podem ser implementadas, além da efetivação das obras no CT e do pagamento do financiamento. Assim sendo, a receita não vai ser a esperada, uma vez que a rentabilidade da Arena vai ser menor nos primeiros anos. Isso poderia inviabilizar o clube: a falta de capital de giro até a divisão dos lucros a cada semestre.

Entretanto, após os primeiros anos, estima-se que o Grêmio receba em torno de 5 milhões de reais por mês só com os lucros da Arena. Outro detalhe importante é que ao final do segundo semestre, a APA paga ao Grêmio 8 milhões por ano nos primeiros 7 anos, e 17 milhões nos últimos 13. Portanto, o Grêmio teria muito a lucrar, apesar de correr o risco de ter uma economia encurtada nos primeiros anos. É algo que vai ser bem analisado agora, para, num futuro próximo, termos a certeza de que a Arena foi realmente um divisor de eras.

Grêmio, logo existo.