quarta-feira, 30 de julho de 2014

O Grêmio mais temido ressurge

Em meio às mais diversas especulações da imprensa de todo Brasil, o nome que todos descartaram foi o escolhido: Luiz Felipe Scolari. Felipão agora é Grêmio e, com ele, Fábio Koff contratou uma massa de torcedores inteira.

Embora a aceitação da torcida tenha sido imediata, cartolas feat comentaristas do futebol foram uníssonos: “Felipão está defasado”, “Depois de levar 7x1, Felipão assume o Grêmio”. A insistência em rotulá-lo como uma má contratação tem sido tanta que me pus a pensar, mas logo foi fácil entender: a fusão Grêmio-Felipão revive as alegrias dos gremistas e reabre as feridas dos rivais. É compreensível esse desespero em diminuir um vencedor. É uma fusão que refresca a memória de quem já havia começado a esquecer o futebol de raça do clube mais aguerrido do Brasil. Felipão no Grêmio significa, acima de tudo, uma identificação completa com a história e personalidade gremista e gaúcha. É um encontro de almas.

Mas além da velha identificação com o clube, Felipão e Grêmio têm um desejo em comum: ressurgir. Dois multicampeões contestados, diminuídos, “ultrapassados”. Felipão quer mostrar pra os críticos que ainda é um grande entendedor de futebol. Grêmio tem time para brigar por título e agora traz consigo um técnico com capacidade de tornar isso real e com sede de provar isso para todo mundo. Esse é o motivo de Grêmio-Felipão ter impactado tanto no Brasil, porque relembram a força do Grêmio, tremendo as pernas até do mais cético comentarista de futebol. São 11 títulos que os unem, o renascimento de nossas esperanças é simplesmente inevitável. Não há como falar do futebol brasileiro sem lembrar do Grêmio que motivava a todos com um futebol de força, de garra, de alma. Esse era o desejo do torcedor, a volta de um Grêmio que luta sobretudo pela honra, agora um tanto pisoteada pelos campos afora.

Grêmio, atualmente, tem se modernizado em relação ao futebol. Além de softwares que permitem uma análise minuciosa do rendimento dos jogadores, Koff iniciou parcerias com outros clubes com foco nas categorias de base. Também há projetos de expansão da marca Grêmio, ou seja, o Grêmio não parou no tempo e Felipão em união com o clube estará preparado para exercer um trabalho eficaz e de grande conhecimento no futebol atual.

Desse modo, por mais diversas que sejam as teses dos doutrinadores do futebol brasileiro, o gremista sabe que, enfim, é chegada a hora de acreditar. Porque o técnico das grandes conquistas voltou. O responsável pela vergonha do gurizinho em contar para os coleguinhas que torcia pro Inter voltou. E o time mais aguerrido do Brasil voltou. O Grêmio mais temido ressurge.

domingo, 20 de julho de 2014

A vitória veio com mais do mesmo

Depois de quatro jogos, Grêmio volta a balançar as redes e junto ao gol vieram os três pontos, logo dos pés de Giuliano, um jogador que traz, além do bom futebol, a motivação para embalar o time. Porém, apesar de a vitória ter sido alcançada, ela não foi satisfatória: Figueirense mostrou-se bastante inconsistente e, pela superioridade gremista, principalmente na meia cancha, é que o torcedor esperava um placar maior.

O Grêmio soube envolver o Figueirense no meio campo e consequentemente determinou o ritmo de jogo na maior parte do tempo – a posse de bola foi 58% tricolor, mas continuamos a perceber a dificuldade do ataque em trabalhar as jogadas e criar situações reais de gol.

Conforme meus últimos dois textos frisaram, é preciso mudar algo no ataque ou na forma de jogo. Falei do Barcos, em como ele não estava conseguindo ser eficiente e, mais do que isso, empacando as jogadas velozes. Dessa vez, vou além: nossas peças não conseguem efetuar as funções que o esquema atual de pontas exige. Quando a bola chega até um dos dois pontas, nosso time passa a ser facilmente marcado. Isso ocorre pela rara passagem dos laterais ou volantes à linha de fundo – algo vital no esquema 4-2-3-1 e quando ocorre, o cruzamento é muito defeituoso. E isso não acontece só com nosso lateral carismático do moicano descolorido, não. O cruzamento ruim já é uma característica negativa do time. Além disso, e correndo o risco de me tornar repetitiva, volto a dizer que o pivô que Barcos faz na entrada da área só dificulta a criação das jogadas, uma vez que ele dificilmente acerta o domínio da bola – é uma fase ruim do pirata. O esquema atual exige movimentação e passagens paralelas de jogadores, laterais ou volantes, e a não-execução desses quesitos torna o time previsível e marcável.

Vimos o time bastante evoluído no meio campo após a parada para Grêmio-temporada. A melhora na organização e na movimentação dos meias faz necessário enfatizar a evolução no desempenho de Alan Ruiz, provando que só precisava estar em forma para mostrar seu potencial. E ainda contamos com o talento de Giuliano. Logo, é analisando esses fatos que acredito que tornará o time muito mais produtivo jogar num 4-4-2. Aproveitando a velocidade de raciocínio dos nossos meias, a qualidade de seus passes poderia e seria mais explorada nesse esquema; da mesma forma, a mudança de função do centroavante. Hoje o time está adestrado a jogar buscando tabelas com Barcos, que tem passado em branco há muitos jogos. É chegada a hora de parar de insistir em algo que não tem rendido e propiciar mudanças táticas que favoreçam nossos jogadores mais velozes a desenvolver suas jogadas em vez de enforcá-los na marcação. Um esquema mais simples pode privilegiar também a saída de bola, outra dificuldade do tricolor.

Por fim, acredito que esse elenco pode brigar pelo título, embora faça-se necessário adequar o esquema conforme os jogadores que vêm numa boa fase. É preciso marcar mais gols e fazer o ataque render já que defensivamente estamos bastante seguros.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Grêmio escapa-marcha

Desde o início do ano, vemos um Grêmio que não é péssimo, mas não é bom. Quando parecia querer engrenar, escapava a marcha. Com a chegada de bons jogadores, Grêmio parecia ter pelo menos o suficiente para ser produtivo no ataque, enquanto nós torcedores esperávamos ansiosos pelo fim da Grêmiotemporada, para saber a evolução do time.

Bem, ao meu ver, Grêmio evoluiu em seu posicionamento e na movimentação. Não era pra menos, Luan é habilidoso e Giuliano chegou para ser nosso câmbio automático. E ainda contamos com Alan Ruiz que tem qualidade para agregar na criação. Logo, se temos peças, por que vemos a mesma ineficiência no ataque?
Pra mim, muito se justifica pela forma que Barcos joga no Grêmio. Contra o Goiás vimos um time articular as jogadas, ter total controle do meio-campo mas travar quando chega na área adversária. Desacelera, perde a dinâmica do ataque. Escapa a marcha. Isso se dá porque a estratégia do Grêmio, no ataque, é tabelar com Barcos. Ou, se não, alçar bola na área para o mesmo. Barcos tem sido pivô que precisa fazer um esforço imenso para tomar a frente do zagueiro, conseguir dominar a bola pra depois, com uma pitada de sorte, acertar o passe. O problema é que a sorte quase nunca veste a tricolor. É preciso ser eficiente. E a nossa eficiência está em saber jogar conforme as características dos nossos jogadores.

Grêmio trouxe jogadores que têm como característica a velocidade, como já tínhamos Luan e Dudu. É preciso mudar a estratégia, extrair o melhor das peças que o elenco dispõe. Jogadores velozes precisam tabelar entre si, em velocidade de raciocínio na execução da jogada e não mais tabelar com a parede. Contar com a sorte. Com o passe insistente no mesmo jogador improdutivo. E responsável em tornar isso real é, evidentemente, Enderson. Mas aí, ligamos o rádio e o escutamos dizer: “Estou dando meu melhor”. Cara, não está sendo suficiente. E sinceramente, ver o técnico colocar todas suas opções de ataque expondo o time, num desespero para fazer o gol, não me anima nenhum pouco. Na verdade, me mostra uma falta de convicção dele próprio.


Talvez o melhor ainda não seja o suficiente. Temos um bom time agora, capaz de crescer, capaz de ser produtivo, de lutar pelo título. Capaz de engrenar. Só faltam detalhes, embora sejam os principais. Quem sabe, seja necessário alguém capaz de consertar os detalhes que faltam para tornar esse time um brigador direto pelo título. Porque é só isso que interessa pra nós.

Grêmio, logo existo.