O Grêmio soube envolver o
Figueirense no meio campo e consequentemente determinou o ritmo de jogo na
maior parte do tempo – a posse de bola foi 58% tricolor, mas continuamos a
perceber a dificuldade do ataque em trabalhar as jogadas e criar situações reais
de gol.
Conforme meus últimos dois textos
frisaram, é preciso mudar algo no ataque ou na forma de jogo. Falei do Barcos,
em como ele não estava conseguindo ser eficiente e, mais do que isso, empacando
as jogadas velozes. Dessa vez, vou além: nossas peças não conseguem efetuar as
funções que o esquema atual de pontas exige. Quando a bola chega até um dos
dois pontas, nosso time passa a ser facilmente marcado. Isso ocorre pela rara
passagem dos laterais ou volantes à linha de fundo – algo vital no esquema
4-2-3-1 e quando ocorre, o cruzamento é muito defeituoso. E isso não acontece
só com nosso lateral carismático do moicano descolorido, não. O cruzamento ruim
já é uma característica negativa do time. Além disso, e correndo o risco de me
tornar repetitiva, volto a dizer que o pivô que Barcos faz na entrada da área
só dificulta a criação das jogadas, uma vez que ele dificilmente acerta o
domínio da bola – é uma fase ruim do pirata. O esquema atual exige movimentação
e passagens paralelas de jogadores, laterais ou volantes, e a não-execução
desses quesitos torna o time previsível e marcável.
Vimos o time bastante evoluído no
meio campo após a parada para Grêmio-temporada. A melhora na organização e na
movimentação dos meias faz necessário enfatizar a evolução no desempenho de
Alan Ruiz, provando que só precisava estar em forma para mostrar seu potencial.
E ainda contamos com o talento de Giuliano. Logo, é analisando esses fatos que
acredito que tornará o time muito mais produtivo jogar num 4-4-2. Aproveitando
a velocidade de raciocínio dos nossos meias, a qualidade de seus passes poderia
e seria mais explorada nesse esquema; da mesma forma, a mudança de função do
centroavante. Hoje o time está adestrado a jogar buscando tabelas com Barcos,
que tem passado em branco há muitos jogos. É chegada a hora de parar de
insistir em algo que não tem rendido e propiciar mudanças táticas que favoreçam
nossos jogadores mais velozes a desenvolver suas jogadas em vez de enforcá-los
na marcação. Um esquema mais simples pode privilegiar também a saída de bola,
outra dificuldade do tricolor.
Por fim, acredito que esse elenco
pode brigar pelo título, embora faça-se necessário adequar o esquema conforme os
jogadores que vêm numa boa fase. É preciso marcar mais gols e fazer o ataque
render já que defensivamente estamos bastante seguros.
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