Com quatro meses de trabalho no comando
do Grêmio, Felipão já conquistou a confiança de todos os gremistas,
inclusive dos mais desacreditados torcedores. Pautando a reestruturação
do time no reencontro com a identidade gremista, o Sr. Bigode promoveu a
base e conseguiu aliar o estilo de jogo forte e copero do tricolor à
vontade de recolocar o Grêmio no lugar de onde nunca deveria ter saído: o
rol dos campeões.
Mas não é só de pensamento mágico que se
faz futebol. Embora a mística do Grêmio já tenha virado até os jogos
mais improváveis, Felipão sabia que precisava provar muito mais. E
começou a provar.
O time bagunçado que figurou na maior
parte do ano, passou a ter a defesa menos vazada a partir da aplicação
incansável dos jogadores na recomposição tática. Priorizando a defesa, o
técnico pentacampeão conseguiu o equilíbrio necessário para repensar a
forma de ataque e, a partir da rápida identificação de Dudu com o clube e
da experiência de Barcos, Felipão conseguiu aliados leais que passaram a
dar a vida em campo. Aos poucos, o time todo passou a fazer o mesmo, de
tal modo, que apenas quatro meses depois, o Grêmio encanta quem o vê
jogar pela forma brava que joga.
Embora o time não fosse expressivo na
técnica, foi com muito empenho que conseguiu alcançar alguns objetivos.
Grêmio melhorou na movimentação do meio campo, composto por três
volantes carrileros que vão de área à área e alternam posições.
Por treinar insistentemente a bola aérea, até gol de escanteio voltou a
fazer. Além disso, a mais recente mudança na disposição dos jogadores
em campo pôde ser observada de forma mais explícita no Gre-nal, quando
Ramiro protagonizou as chegadas ao ataque. Ou seria Barcos o
protagonista, que com inteligência ímpar fez o “pivô que volta pra
buscar jogo e atrai a zaga” enquanto o volante mais agudo se infiltra
pra receber a bola na transição da defesa em linha. Ou seria Dudu, que
fez por vezes o lado esquerdo do losango? O confiante Luan? Na verdade, o
time todo. O Grêmio é um time de protagonistas, onde todos exercem de
forma primordial seu papel.
E, quem diria! Um time taxado como
limitado tecnicamente. A verdade é que, até certo ponto, ele realmente é
mesmo, mas a vontade e dedicação superam. Talvez, a sina do Grêmio seja
mesmo a superação: se não existia muita qualidade técnica, se treina
até à exaustão. A persistência se dá bem com o sucesso. E o Grêmio se dá
bem com a resistência. Nós nos damos bem com Felipão. Felizes são os
gremistas! Os únicos privilegiados com um time que tem o dom da
superação.
Persistimos, tricolores! Deus está reservando algo melhor para o Grêmio.
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